Subfinanciamento ameaça serviços de saúde no Esaú Matos e impõe desafios para o Governo Municipal
A gestão do Hospital Municipal Esaú Matos, referência em saúde neonatal na Bahia, pode passar por mudanças significativas. Uma notícia veiculada pelo Blog do Sena diz que a Prefeitura de Vitória da Conquista estuda a possibilidade de privatizar o hospital e a Fundação Municipal de Saúde (FSVC), atualmente responsável pela sua administração.
A medida, que ainda não foi confirmada pelo Governo Municipal, causou grande repercussão na cidade e tem gerado preocupação entre servidores e usuários do hospital. Funcionários do Esaú Matos relataram a suspensão de parte dos salários em outubro, sem explicações da administração. Além disso, há relatos de demissões, sinalizando uma grave crise financeira dentro da instituição.
Municipalizado em 2001 após ser administrado pela Santa Casa de Misericórdia, o Esaú Matos se tornou um dos principais hospitais da região, atendendo não apenas Vitória da Conquista, mas também 76 municípios. A unidade oferece uma ampla gama de serviços, incluindo obstetrícia, pediatria e diversas especialidades.
Mesmo não confirmando a possibilidade de privatização, são inegaveis as dificuldades financeiras enfrentadas pela instituição e a necessidade de buscar novas soluções para a gestão dessa unidade de saúde. No entanto, a decisão tem sido criticada por diversos setores da sociedade, que temem a precarização dos serviços e a perda do caráter público do hospital.
O Fundo Municipal de Saúde de Vitória da Conquista dispõe de um montante considerável de R$ 1.296.400.190,79, segundo dados do Portal da Transparência da Prefeitura. Além desses recursos municipais, o hospital também recebe repasses do Governo Federal, totalizando R$ 204.935.797,72 em 2024, conforme dados do Portal do Fundo Nacional de Saúde.
De acordo com o Estatuto da Fundação Pública de Saúde de Vitória da Conquista (FSVC), a instituição pode contar com uma variedade de fontes de receita, incluindo recursos da União, do Estado, de outros órgãos federais e até mesmo de doações. Essas receitas são essenciais para garantir a manutenção e a operação do hospital, além de viabilizar a parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar do montante destinado ao Hospital Esaú Matos, a insuficiência de recursos financeiros compromete diretamente a qualidade do atendimento e a capacidade de investimento em novas tecnologias e infraestrutura, colocando em risco a saúde de milhares de pessoas.
É inegável a importância do Hospital Esaú Matos para a rede pública de saúde da região. A instituição atende uma demanda elevada e complexa, oferecendo serviços especializados e de alta complexidade. No entanto, para continuar desempenhando esse papel fundamental, é preciso garantir a sustentabilidade financeira da unidade hospitalar.
Durante o Brasil Notícias desta terça-feira, 26, o jornalista Daniel Silva destacou o tema, ressaltando a importância desse equipamento para a população do Sudoeste e a necessidade de medidas que possam preservar o hospital. “O Hospital Esaú Matos precisa de nós. É hora de unirmos forças para garantir a sua sustentabilidade e assegurar o acesso da população a serviços de saúde de qualidade. Que os gestores públicos e a sociedade civil se unam em prol de um futuro mais saudável para todos”, afirmou em seu editorial.