Operação Overclean: Polícia Federal revela como se dava o superfaturamento de contratos em Itapetinga
Uma nova frente da Operação Overclean revelou um esquema de corrupção que se estendeu à cidade de Itapetinga, no sudoeste baiano. Os irmãos Alex e Fábio Parente, alvos da investigação, em parceria com empresas sob seu controle, a Allpha Pavimentações e a Qualymulti Serviços, estabeleceram um esquema de superfaturamento de contratos com a prefeitura local, envolvendo propinas a agentes públicos.
Conforme apurado pela Polícia Federal, a dupla cooptou um secretário municipal e um vereador de Itapetinga, oferecendo vantagens indevidas em troca de benefícios nas licitações e execução dos contratos. O secretário municipal de governo, Orlando Santos Ribeiro, e o vereador Diego Queiroz Rodrigues, conhecido como “Diga Diga”, receberam pagamentos ilícitos por meio de terceiros, como o assessor de Orlando, Cloves Filho, e a beneficiária de programa social Valkelly Silva Modesto.
As investigações revelaram que as empresas de Alex e Fábio cobravam valores significativamente superiores aos praticados no mercado, gerando um superfaturamento de R$ 6,003 milhões anuais nos contratos com a prefeitura de Itapetinga. Os recursos desviados eram utilizados para pagar propinas aos agentes públicos envolvidos no esquema e garantir a continuidade dos contratos, mesmo após o término de sua vigência.
Conversas obtidas pela Polícia Federal evidenciam a relação entre os irmãos Parente e os políticos corruptos. Em um dos diálogos, Fábio questiona Alex sobre a necessidade de um novo pagamento a Diego Queiroz, mesmo após o término de um contrato, demonstrando a importância do vereador para a manutenção do esquema.
A Operação Overclean demonstra como a corrupção pode se infiltrar em diferentes níveis da administração pública, causando prejuízos significativos aos cofres públicos e à população.