Município do Sudoeste da Bahia registra mais benefícios do Pé-de-Meia do que alunos matriculados
O Programa Pé-de-Meia, uma bandeira do terceiro mandato de Lula contra a evasão escolar, vem sendo alvo de críticas intensas na Bahia. Em Riacho de Santana, por exemplo, os números não fecham: enquanto o Ministério da Educação aponta 1.231 beneficiários, o único colégio público registra apenas 1.024 alunos – e a Secretaria de Educação estadual chega a contar com 1.677 matrículas, chegando a cifras que parecem mais um rombo na gestão do que um auxílio aos estudantes.
A discrepância de dados é tão alarmante que revela um cenário de pagamentos indevidos e descumprimento dos critérios de renda, especialmente na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, onde 775 dos 1.231 beneficiários se encaixam – contribuindo para um total de R$ 1,75 milhão distribuídos em fevereiro. Essa confusão de informações expõe uma falha gritante na fiscalização e na aplicação do programa, que, em teoria, deveria beneficiar famílias de baixa renda.
Em Elísio Medrado, o drama se repete. Dados iniciais indicavam 742 beneficiários, mas o colégio estadual registrava apenas 355 matrículas. Após correções, o MEC passou a informar que há 390 alunos e 224 beneficiários – números que, mesmo após ajustes, sugerem uma gestão falha e preocupante.
Enquanto o Pé-de-Meia alcança mais de 4 milhões de estudantes em fevereiro e tem um custo anual estimado em R$ 12,5 bilhões, especialistas alertam que, sem ações complementares – como investimentos em infraestrutura escolar e ampliação das vagas em tempo integral –, o programa corre o risco de se transformar em um exemplo de desperdício de recursos públicos, ao invés de ser o motor de inclusão e melhoria que se propõe a ser.