Marcha em Defesa da Educação expõe impasses entre professores e Prefeitura de Vitória da Conquista
A 2ª Marcha Municipal em Defesa da Educação, organizada pelo Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (Simmp) na última quarta-feira (23), resultou em posicionamentos divergentes entre a entidade e a Prefeitura. Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) respondeu às reivindicações dos professores, mas o Simmp contestou os argumentos apresentados.
Um dos principais pontos de discordância é a aplicação do reajuste previsto na Lei Nacional do Piso do Magistério. A Prefeitura informou que concederá um aumento de 6,27% nos salários e de 20% no vale-alimentação, com pagamento a partir de maio, conforme a data-base do plano de carreira. O Simmp, por sua vez, cobra o pagamento retroativo a janeiro, conforme determinado pela legislação federal.
A realização das Atividades Complementares também é alvo de críticas por parte dos professores, que relatam sobrecarga devido à falta de planejamento e estrutura. A Smed afirma que tem convocado aprovados em concurso para ampliar o número de profissionais, mas o sindicato avalia que a medida é insuficiente diante dos problemas estruturais enfrentados nas escolas.
Outro ponto de impasse é o pagamento da Regência de Classe — adicional de 10% aos professores em sala de aula, com aumento para 20% em casos que envolvem alunos com deficiência. O Simmp afirma que o benefício não está sendo pago corretamente pela Secretaria.
A progressão de carreira também entrou na pauta. O sindicato critica a redução do interstício entre níveis, que caiu de 13,25% para 3%, classificando a mudança como um dos maiores retrocessos promovidos pela atual gestão.
Em relação à estrutura e pessoal, o Simmp se posiciona contra a contratação terceirizada de cuidadores para estudantes com deficiência. Segundo a entidade, a terceirização compromete a qualidade do atendimento e prejudica a integração pedagógica e afetiva. Enquanto o processo licitatório está em andamento, alunos com deficiência estariam sem acompanhamento adequado, o que o sindicato classifica como “exclusão institucionalizada”.
A Prefeitura ainda não se manifestou sobre os pontos específicos levantados após a manifestação.