Fim do “Chega Mais”: reflexões sobre o futuro do matinal no SBT
Por: Matheus Montserrat
Na última sexta-feira (6), o SBT se despediu do “Chega Mais”, programa matinal que esteve no ar por nove meses. Sem alarde, os apresentadores Michelle Barros, Paulo Mathias e Regina Volpato conduziram as duas horas da atração de forma habitual, sem mencionar que aquele seria o episódio final. Somente nos instantes finais, o trio se uniu em um abraço emocionante para agradecer diretamente ao público.

“Os nossos mais sinceros agradecimentos, porque nós fomos muito felizes aqui, não é meninas?”, disse Paulo Mathias. Regina Volpato reforçou o sentimento de união: “Fizemos parte de um time, isso é um privilégio. Um time é muito mais que uma equipe.” Michelle Barros, por sua vez, destacou o trabalho coletivo e o tempo dedicado ao projeto: “Muita honra em fazer parte dessa família Chega Mais. Tem um monte de gente linda aqui atrás que fez a diferença desde março.”
A despedida também envolveu a equipe dos bastidores, que apareceu em cena para aplaudir os apresentadores. Ao final, as mensagens de gratidão e carinho predominaram, mas o tom foi de incerteza sobre o futuro de cada um na emissora.
Os bastidores do encerramento
O fim do programa já estava sendo sinalizado com a saída de Regina Volpato, que pediu demissão alegando o desejo de focar em projetos pessoais e na convivência com sua filha, Rafaela, que mora no exterior. Com mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, Regina revelou planos de intensificar sua atuação nas redes sociais.
Com o término do programa, Michelle Barros também deixa a emissora. A jornalista, que demonstrou talento e desenvoltura na condução do matinal, foi bastante elogiada pelos espectadores e, na opinião de muitos, tinha potencial para assumir novos desafios no canal. Já Paulo Mathias, embora tenha marcado presença no programa, não conseguiu conquistar o mesmo nível de carisma e aceitação entre o público.
O encerramento do “Chega Mais” levanta uma importante discussão: será que o SBT tomou a decisão certa ao descontinuar o programa? O matinal, apesar de não alcançar números expressivos de audiência, contava com um formato tradicional de revista eletrônica aliado a uma estética interessante e pautas que poderiam ser ajustadas para atender melhor o público.
Sabemos que o fim do programa faz parte das reformulações planejadas pelo canal para 2025, mas há de se considerar que conquistar uma audiência fiel exige tempo e constância. O SBT parece ter desistido cedo demais de uma iniciativa que, com ajustes e novas estratégias, poderia se tornar um queridinho da grade.
A saída de Regina Volpato, por exemplo, poderia ter sido trabalhada de forma a permitir uma transição mais natural, com a inclusão de outra apresentadora capaz de se conectar ao público. Nomes como Márcia Goldschmidt, Fabiana Karla, Chris Flores ou até mesmo alguém com apelo popular, como Cariucha, poderiam agregar frescor ao programa.

Além disso, Michelle Barros merecia uma oportunidade de continuar no canal, seja assumindo outro projeto ou integrando a bancada do jornalismo, onde sua competência certamente faria diferença.
O SBT sempre teve uma identidade própria, marcada pela proximidade com o público e formatos únicos. No entanto, decisões como essa deixam a sensação de que o canal está se afastando de sua essência. Reformular é necessário, mas conservar e lapidar também é. O “Chega Mais” tinha potencial para crescer e conquistar seu espaço — bastava um pouco mais de paciência e dedicação.
Agora, resta ao público aguardar para ver quais serão os próximos passos do SBT e se as mudanças previstas para 2025 realmente trarão resultados positivos. Afinal, constância e identificação são elementos essenciais para manter a fidelidade do telespectador.