A máquina de moer provas: a verdade por trás da Operação Overclean
A Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal, desvendou um complexo esquema de corrupção que desviou milhões de reais de recursos públicos destinados a obras de infraestrutura em diversos estados brasileiros. No centro das investigações, está a figura de Alex Rezende Parente, apontado pela PF como o líder de uma organização criminosa que, diante da iminência de ser descoberta, empreendeu uma frenética tentativa de destruir provas.
Interceptações telefônicas revelaram um cenário de pânico e organização entre os membros da quadrilha. Diante da iminente ação da Polícia Federal, os criminosos iniciaram uma verdadeira guerra contra o tempo, utilizando três trituradoras de documentos que operavam ininterruptamente para eliminar qualquer vestígio das fraudes. De acordo com as investigações, a ordem partiu diretamente de Alex Rezende Parente, que coordenou a destruição de documentos, arquivos digitais e até mesmo a troca de celulares e computadores.
As conversas interceptadas revelam um planejamento meticuloso, com a divisão de tarefas e a utilização de códigos para evitar serem descobertos.
Além de Alex Rezende Parente, outros nomes importantes surgiram nas investigações. Geraldo Guedes, braço direito de Parente, era responsável pela contabilidade do esquema e pelas negociações com agentes públicos. Já Iuri Bezerra, embora seu papel ainda esteja sendo investigado, também participou ativamente da destruição de provas.

O Caso da Smed
Um dos casos mais emblemáticos envolvendo a quadrilha é o contrato de R$ 7,6 milhões firmado entre a Larclean Saúde Ambiental, empresa ligada a Alex Parente, e a Secretaria de Educação de Salvador (Smed) para o controle de pragas em escolas municipais. As investigações apontam que o contrato foi direcionado para favorecer a empresa de Parente, através de um esquema de corrupção que envolveu o pagamento de propina.
A Operação Overclean expôs um esquema de corrupção de grande porte, com ramificações em diversos estados brasileiros. A prisão dos envolvidos e a apreensão de documentos e equipamentos são um passo importante no combate à corrupção. No entanto, a investigação ainda está em curso e novas revelações podem surgir.