Jerônimo confirma acordo para PSD se manter na presidência da AL-BA
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) confirmou nesta segunda-feira (27) a informação divulgada pela imprensa de Salvador sobre seu apoio ao acordo entre o presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Menezes (PSD), o deputado Diego Coronel (PSD) e o senador Jaques Wagner (PT) para a sucessão do comando da Assembleia. A revelação inicial ocorreu no último dia 18 de janeiro, sendo ratificada numa reunião da cúpula do PSD no início da última semana.
“Não é uma obrigação entregar a Assembleia ao PSD, mas temos um pacto, um acordo baseado na representatividade dos partidos. Sempre foi assim, e deve continuar”, afirmou Jerônimo durante a aula inaugural do Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar da Bahia, em Salvador.
“Eu não me envolvo com nomes, mas faço parte do acordo para garantir a unidade dos partidos. Isso inclui conversar com o presidente do partido sobre o desenho, o princípio e o conceito do acordo. Se o PSD é majoritário e isso nos conduz à presidência, devemos aceitar isso como parte do jogo”, complementou o governador.
O acordo entre as lideranças do PSD e do PT, respaldado pelo governador, envolve a modificação do Regimento Interno da Assembleia para assegurar que, em caso de vacância na presidência, o primeiro vice-presidente convoque uma nova eleição dentro de um prazo curto, sem assumir o cargo indefinidamente.
Essa condição foi imposta pelo senador Angelo Coronel (PSD) para evitar que seu filho, o deputado Angelo Coronel Filho, concorra ao primeiro vice na eleição da Mesa Diretora, marcada para a próxima segunda-feira (03). Caso a alteração não ocorra, pode haver uma disputa entre Coronel e o deputado Rosemberg Pinto (PT), líder do governo, o que fragmentaria a base aliada.
A primeira vice-presidência da Assembleia tornou-se objeto de desejo tanto do PT quanto do PSD devido à incerteza jurídica sobre a reeleição de Adolfo Menezes, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a recondução de presidentes de Poderes Legislativos para um terceiro mandato consecutivo.
Na entrevista de hoje, Jerônimo sugeriu que Rosemberg Pinto poderia abrir mão de sua candidatura à primeira vice-presidência – ele é contra a modificação do regimento. O deputado defende um prazo de 60 dias para convocação de nova eleição, em oposição aos 24 ou 72 horas propostos por Coronel e alguns deputados, respectivamente.
“O nome do PT, eu comecei com Eden (Valadares), mas ele ficou essa semana para ver se é o nome de Rosemberg. Eu fico tranquilo com isso, se for o caso, terei que indicar um novo líder. Não houve crise, estamos gerenciando isso muito bem”, declarou o governador.
Para modificar o regimento interno, a Assembleia precisa aprovar um projeto de resolução antes da eleição da Mesa Diretora, o que deve ocorrer até o final desta semana, necessitando de uma sessão extraordinária já que a Casa está em recesso.