Governo exonera diretores de presídios em meio à crise na Bahia
Diante da onda de violência em Jequié, marcada por oito homicídios em um final de semana, incluindo um duplo homicídio com requintes de crueldade, o governo da Bahia tomou medidas para tentar conter a situação. Nesta terça-feira (7), foram exonerados os diretores das unidades prisionais de Eunápolis e Jequié, além de serem realizadas transferências de detentos e apreensões de materiais ilícitos no Conjunto Penal de Jequié.
A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) informou que os internos transferidos são suspeitos de liderar facções criminosas e ordenar crimes na região. O governador Jerônimo Rodrigues admitiu a ligação entre detentos e crimes externos, destacando a importância de transferir líderes de facções para outras unidades.

No decreto, Jerônimo Rodrigues exonerou Elmar Lopes Silva do cargo de diretor do Conjunto Penal de Jequié, nomeando Abraão Souza Santos como seu substituto. Além disso, o governador destacou que a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP), liderada por José Castro, e representantes do Tribunal de Justiça se deslocaram até Jequié para acompanhar as investigações, assim como ocorreu recentemente em Eunápolis, no sul do estado.
A cidade de Jequié tem sido palco de disputas entre facções criminosas, que utilizam câmeras de monitoramento para vigiar a cidade. A oposição critica a gestão petista, alegando negligência na área da segurança pública.
A lotação nos presídios é outro problema crítico no estado. O Conjunto Penal de Jequié, por exemplo, opera com 60% acima de sua capacidade. Em Eunápolis, administrado por uma empresa privada, 16 detentos fugiram em dezembro após um resgate violento.

O secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, justificou as exonerações como parte de uma estratégia para fortalecer as unidades prisionais e evitar fugas.