Polícia Civil indicia biomédica por exercício ilegal da medicina, lesão corporal e falsa identidade em Conquista
A Polícia Civil – através da 1ª Delegacia Territorial de Vitória da Conquista – indiciou nesta quinta-feira (05), uma biomédica de 39 anos, pelas práticas dos crimes de exercício ilegal da medicina, lesão corporal grave e falsa identidade. A investigação foi iniciada após a suspeita ter praticado um procedimento estético conhecido como “lipo de papada” em um consultório particular na Av. Otávio Santos, no último dia 10 de outubro.
Foi comprovado, por meio de um laudo pericial elaborado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) e de relatórios médicos, que foi realizado um procedimento cirúrgico na vítima, resultando em sua incapacidade para as atividades habituais por mais de trinta dias e colocando sua vida em risco. O procedimento causou um corte profundo na região da papada (submentoneana), acompanhado de sangramento ativo. Ressalta-se que esse tipo de procedimento é exclusivo da profissão médica.
Durante a realização do procedimento ilegal, a vítima sofreu um corte com sangramento intenso e acionou o SAMU 192. A Polícia Civil solicitou as gravações dessa chamada de emergência, nas quais ficou evidente que a biomédica se identificou como dentista tanto para a atendente do SAMU 192 quanto para os médicos e enfermeiros do pronto-socorro do hospital.
Segundo a Polícia, em um trecho da ligação a biomédica afirmou: “Eu tô aqui no (local), quase finalizando um procedimento de uma paciente, e tem algum vasinho que rompeu e o sangramento tá um pouco mais intenso então não tô conseguindo estancar o suficiente para poder cauterizar esse vaso, entendeu? Na região do pescoço. E como já tem bastante sanguinho na cavidade do pescoço eu não quero que incha mais. Eu prefiro levá-la para UNIMED para poder fazer a limpeza, tomar alguma medicação para parar” (Sic.).
Em outro trecho, a suspeita disse: “Eu sou dentista, meu amor. Eu tô finalizando um procedimento corriqueiro e algum vasinho na lateral do pescoço está sangrando um pouquinho mais que o normal. Então, o normal é a gente cauterizar, né? Mas ele tá sangrando um pouquinho mais e aí eu queria entrar com alguma coisa, alguma medicação, alguma coisa no hospital para poder limpar, porque já tem vários coagulozinhos aqui no pescoço só que não tá parando o suficiente e aí eu precisava de ajuda com essa medicação” (Sic.)
Durante interrogatório, a biomédica permaneceu em silêncio. A soma de todos os crimes pode causar até 13 anos de prisão. Ela responde em liberdade.